quinta-feira, 28 de julho de 2011

"Aprendi a respeitar minha mãe. Eu não a condeno mais, não julgo, até porque não sou perfeita"


Caroline Celico, mulher do jogador Kaká, com quem tem dois filhos, lança dvd com músicas religiosas e fala sobre os conflitos, já resolvidos, que teve com a mãe, Rosângela Lyra, por causa da religião. Ela diz que gostaria de ter mais um bebê, relata histórias de fãs que se beneficiaram de suas canções e cita uma moça que desistiu do suicídio ao lembrar de sua música.


Pede desculpas por chegar meia hora atrasada à entrevista com QUEM, em um café na Zona Sul de São Paulo. “A Isabella quis mamar na hora em que eu estava saindo de casa! E aí não teve jeito”, diz a mulher de Kaká, jogador do Real Madrid, sobre a filha caçula do casal, que completa 3 meses no sábado (23). Depois de lançar em seu site oficial no ano passado o álbum Carol Celico e disponibilizar gratuitamente as faixas, que tiveram quase 2 milhões de downloads, ela agora lança, pela Universal Music, o DVD homônimo, com clipes com participação do marido (que canta com ela a faixa Presente de Deus, composta por ele) e de Claudia Leitte (com quem divide o vocal em Mesma Luz).

Depois de passar quatro meses no Brasil por causa do nascimento de Isabella, Caroline está prestes a voltar para a casa em que mora com a família em Madri, a capital espanhola. Ela, que completa 24 anos na terça-feira (26), conta sobre o dia a dia com os filhos (ela também é mãe de Luca, de 3 anos) e diz que ainda quer ter mais um bebê. Fala também sobre os conflitos que já teve com a mãe, Rosângela Lyra, diretora da grife Dior no Brasil, por causa da religião – Carol frequentou a igreja Renascer em Cristo até o ano passado e a mãe é católica praticante – e relata os casos de fãs que disseram que suas músicas os ajudaram a evitar suicídio, separação e até a sair do coma.

QUEM: Você diz que se surpreendeu com o relato de pessoas que falaram que suas músicas as ajudaram. Pode contar alguma dessas histórias?

Caroline Celico: Uma das que mais me emocionaram foi a de uma menina que foi a um encontro que fiz com fãs do Kaká no ano passado. Essa menina me disse que esteve em coma e a mãe levou o computador ao hospital para colocar minhas músicas para ela escutar todos os dias, porque ela já ouvia o álbum antes de ser internada. E a mãe contou depois à filha que ela melhorava quando ouvia as músicas. E que em dez dias saiu do coma. Também teve uma menina que me mandou um e-mail contando que tinha decidido se suicidar, mas, na hora em que ia se matar, lembrou das músicas e desistiu. E um casal, que estava para assinar o divórcio, lembrou da música Presente de Deus, que eu canto com Kaká, e acabou não se separando. Não acho que foram as músicas que fizeram isso, mas acho que as canções conseguiram despertar algum sentimento nessas pessoas.

QUEM: Essa foi a primeira vez que Kaká cantou. Como foi?
CC: Foi vontade minha ter a participação dele. Como ele escreveu a música para mim em forma de dueto, quando nos casamos, em 2005, achei que seria interessante ter um registro como esse, para marcar a nossa história. Kaká foi uma tarde para o estúdio e, depois de quatro horas, me deu essa prova de amor única, porque não acho que ele vá cantar novamente. Meu projeto também não é ser cantora. Quero fazer outras coisas, que podem ou não envolver música.

QUEM: E quais são seus projetos?
CC: Meu projeto sempre foi casar e ter filhos. Depois que fiz isso, pude me dedicar a outras coisas, como compor as músicas. Agora pretendo ficar mais voltada para Deus, talvez escreva um livro com o que eu posto no meu blog, quando tiver mais capítulos escritos. Gosto muito também de fazer ações beneficentes.

QUEM: No DVD, você faz uma reflexão sobre a felicidade. Você é feliz?
CC: Acho que a gente nunca pode dizer que é ou não feliz. A gente está em um processo constante de buscar a paz. A felicidade não está em fazer um gol, em uma conta de banco. Eu estou buscando a felicidade. 


QUEM: Quais os seus momentos mais felizes e os mais difíceis?
CC: Os mais felizes são mais fáceis de dizer. O Kaká diz que eu tenho memória seletiva (risos), só lembro das coisas boas, não lembro de uma briga, de nada.Então, meus melhores momentos foram meu casamento e o nascimento dos meus filhos. Se eu não estou realizada com minha família, não consigo fazer nada mais bem-feito.


QUEM: E você já passou por momentos difíceis por causa da religião? Você hoje se considera cristã e até o ano passado frequentava com Kaká a igreja Renascer. Já sua mãe é católica...
CC: Eu e minha mãe tivemos conflitos por isso, mas não temos mais. Eu conheci a igreja Renascer quando era nova, aos 15 anos, quando comecei a namorar o Kaká e pedi para ir com ele à igreja. E não soube muito dividir as coisas, equilibrar minha razão e emoção, então, acabei condenando aquilo que eu achava errado ou que me falavam que estava errado. E eu condenei muito a minha mãe por algumas crenças dela. E ela, por seu lado, teve um senso de proteção naquela época. Ela achou que eu estava muito desequilibrada na época, no sentido de ficar frequentando demais a igreja e achar que, quanto mais fosse, mais estaria perto de Deus. Isso é o oposto do que eu creio hoje. Agora vejo o quanto errada eu estava. Mas, de uns três anos para cá, isso passou, aprendi a respeitar minha mãe. Eu não a condeno mais, não julgo, até porque não sou perfeita.


QUEM: Por que vocês saíram da Renascer? Houve problemas?
CC: Não vou falar de motivos. Foi tudo bem, não foi traumático. Temos muita gratidão e estamos em paz com os que ficaram lá. 


QUEM: E se seus filhos, no futuro, quiserem seguir outra religião?
CC: Sempre vou respeitar e estar do lado deles. Imagina se uma religião vai mudar o amor de uma mãe por um filho!
QUEM: Qual a sua opinião sobre a questão da homossexualidade? É a favor do casamento gay?
CC: Não cabe a mim fazer julgamento. A Bíblia diz que devemos amar nosso próximo e que todos somos iguais perante Deus.

QUEM: Como está sendo a experiência de ser mãe pela segunda vez?
CC: Estou achando muito mais fácil agora. Mais leve, mais divertido. Acho que o primeiro filho é muito bom, é tudo novo, há sentimentos novos que você acaba conhecendo. Mas eu ficava muito nervosa, querendo sempre fazer as coisas certas, dar de mamar direitinho, seguir os horários. É muito bom, mas é desgastante. No segundo filho, a gente já sabe que quando o bebê chora não vai acontecer nada (risos)É mais tranquilo, embora eu não consiga perceber se é a Isabella que é mais tranquila que o Luca ou se sou eu que estou mais tranquila. 


QUEM: Como foi para você voltar à forma depois da gravidez?
CC: Amamentar ajuda tudo a voltar ao lugar, mas emagrecemos se nos alimentamos corretamente. Eu tenho me alimentado bem para ter mais leite para a Isabella. Mas pretendo fazer exercícios físicos após os seis meses de amamentação. 


QUEM: Como tem sido a relação do Luca com a irmã? Ele tem ciúme?
CC: Ele recebeu a Isabella muito bem, não consegui enxergar nenhuma mudança nele. Quando estávamos na maternidade, ele a beijava, depois me abraçava. Não queria vê-la no colo de ninguém mais que não fosse eu, nem da avó, nem de enfermeiro, só queria que eu ficasse com ela. Não sei se, por ser menina, ele quis protegê-la. Dizem que os mais velhos começam a ficar mais ciumentos quando o irmão cresce, mas vou trabalhar para isso não acontecer.

QUEM: Ainda quer ter mais filhos?
CC: Quero ter um terceiro filho. Gosto de casa cheia. A minha casa, quando eu era criança, não era tão cheia, eu tenho apenas um irmão. Mas quero agora uma família grande. Mas vou esperar o Luca e a Isabella estarem bem grandinhos para planejar o terceiro bebê.


QUEM: Como é o Kaká como pai? Ele colabora, troca fralda?
CC: Ele participa de tudo com as crianças, ajuda bastante. Mas vamos combinar que trocar fralda... ninguém merece. Só peço em caso de emergência (risos). Kaká passou todas as suas férias conosco no Brasil, mas no domingo (10) voltou ao trabalho. E no fim do mês eu volto a Madri, onde moramos, e nós vamos ver como vai ser nossa nova rotina, com a Isabella.


QUEM: O Luca vai à escola em Madri. Ele já fala espanhol? Como é para uma criança se adaptar em outro país?
CC: Ele entende bastante, mas ainda não fala. Acho que o mais difícil é a língua e a diferença que ele sente quando passamos temporadas no Brasil. O calor humano é diferente, mas em qualquer ambiente as crianças se adaptam facilmente. 



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